Taxa de juros: tudo o que você precisa saber para suas finanças
Quando você faz uma compra parcelada, usa o cartão de crédito, faz um empréstimo pessoal ou um financiamento para aquisição de um bem, é impossível não se deparar com um componente básico de operações financeiras: a taxa de juros.
Sabia que até bancos e países estão sujeitos a ela, porém de forma diferente? É exatamente sobre isso que vamos entender aqui, diferenciando os mais diversos tipos de juros que há por aí.
Mas uma coisa é certa: os juros podem tanto nos ajudar a ganhar mais dinheiro quanto a deixar uma dívida mais difícil de pagar.
Por Pagou Fácil
O que é taxa de juros?
Quando fazemos um financiamento ou pedimos algum empréstimo bancário, estamos pagando juros para usar um dinheiro, que não é nosso, de forma antecipada.
Mas, em contrapartida, quando fazemos um investimento em um título público, estamos recebendo juros para emprestar o nosso dinheiro ao governo. Então, nesse caso, os juros estão trabalhando a nosso favor e não contra.
Ou seja, o valor que vamos receber ou pagar é determinado justamente pela taxa de juros. Então, afinal, o que esse termo significa? Nada mais é do que o preço do tempo ou, de acordo com a definição do Banco Central do Brasil, “é o preço do ‘aluguel’ do dinheiro por um período de tempo”.
Tipos de taxas de juros
Há três tipos de taxas de juros que você precisa saber diferenciar para não cair em ciladas financeiras. Cada uma delas tem conceitos distintos e sua importância na hora de fazer uma operação financeira, seja tomando um empréstimo, seja investindo. Confira!
Taxa nominal
A taxa de juros nominal é aquela informada quando você faz um empréstimo ou pede o financiamento de um bem.
Portanto, ela é a taxa de juros bancários aparente dentro de uma operação financeira. Geralmente ela é informada no formato anual (ex.: 10% ao ano, com capitalização mensal), porém, nela não se contabilizam os juros da operação nem a inflação.
Taxa real
A taxa real de juros tem esse nome e não é por acaso. Afinal, ela reflete a realidade de um investimento porque considera a inflação na hora de calcular a rentabilidade.
Ou seja, nos investimentos é a taxa de rentabilidade que a pessoa receberá de fato, descontando o quanto a inflação variou em determinado período.
Taxa efetiva
A taxa efetiva é aquela que representa, de fato, quanto uma pessoa vai pagar ou receber mensalmente (ou algum outro período) em alguma operação financeira.
Aqui, fazendo o cálculo da taxa efetiva, é possível saber os custos embutidos da operação. Por isso ela é tão importante.
Como funciona a taxa de juros?
Para entender o motivo das taxas de juros existirem, vamos pegar um exemplo bem simples e claro. Dessa forma, é possível saber o raciocínio da psicologia financeira por trás do funcionamento de uma taxa de juros.
Digamos que você tenha 10 maçãs em casa e que tivesse que abrir mão delas hoje para receber mais maçãs no futuro. 10 maçãs hoje não valem a mesma coisa do que 10 maçãs daqui a um ano ou cinco anos.
Então, para haver uma justa correção desse número ao longo do tempo é exigido um percentual de compensação, que pode ser de 10%, por exemplo. Ou seja, para se desfazer de 10 maçãs hoje, você receberia 11 maçãs em um ano. Essa seria a taxa de juros para compensar o que você emprestou ou investiu.
Como a taxa de juros é calculada?
Para calcular a taxa de juros de uma operação, é importante entender dois conceitos básicos e que se diferenciam bastante entre si. Quando falamos de juros simples, a base de cálculo da taxa de juros é apenas sobre o valor principal (o valor inicial do investimento ou empréstimo).
Já quando o assunto é taxa de juros compostos, que é a modalidade mais comum de empréstimos e investimentos, a base de cálculo é em cima do valor já considerando os juros dos períodos anteriores. É o famoso “juros sobre juros” que causa o efeito conhecido como “bola de neve”. Veja nos exemplos a seguir.
Exemplo de juros simples
Você empresta R$ 1.000,00 por 2 anos e, no final, recebe R$ 1.200,00. O total de juros foi de R$ 200,00. Para encontrar a taxa de juros, neste caso, divida o total de juros (R$ 200,00) pelo multiplicação do valor investido (R$ 1.000,00) e o tempo (2 anos).
A taxa de juros nominal é 10% ao ano.
Exemplo de juros compostos
Você investe R$ 1.000,00 por 2 anos e, no final, o montante recebido é R$ 1.210,00.
Para encontrar a taxa de juros, neste caso, divida o montante final (R$ 1.210,00) pelo valor investido (R$ 1.000,00) e depois tire a raiz quadrada do resultado. Subtraia 1 do resultado obtido.
A taxa de juros nominal é também 10% ao ano.
Portanto, apesar de a taxa de juros ser a mesma (10% ao ano) em ambos os casos, o montante final é maior no regime de juros compostos devido ao efeito de “juros sobre juros”.
Qual é a importância da taxa de juros na economia?
Além do dia a dia, que já vimos aqui ao longo deste conteúdo, as diversas taxas de juros cobradas em operações financeiras são baseadas na taxa básica de juros da economia. Cada país define sua taxa por meio de seus Bancos Centrais.
Isso ajuda a regular a economia, dependendo de cada situação, seja para segurar a inflação, seja para estimular o desenvolvimento econômico.
Taxa Selic
A taxa de juros Selic é conhecida no Brasil como a taxa básica de juros. Ela é definida pelo Banco Central a cada 45 dias em uma reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), formado pelo presidente da autarquia federal e seus diretores.
Como a taxa de juros afeta suas finanças?
A taxa de juros anuais de um país pode impactar diretamente as finanças pessoais. Isso acontece porque muitos investimentos, como títulos públicos, CDBs e outros da classe de renda fixa, são referenciados na Selic. Ou seja, se a taxa cai ou sobe, isso influencia na rentabilidade do investimento.
Quanto aos empréstimos bancários ou contratos de aluguéis imobiliários, a taxa de juros básica do país também exerce influência porque, como o próprio nome diz, os juros cobrados nas operações seguem a Selic como base.
Isso sem contar que a taxa de juros nacional tem o objetivo, também, regular a inflação, o que impacta diretamente no poder de compra das pessoas no dia a dia.
Como lidar com as variações das taxas de juros?
Algumas dicas e estratégias podem ser aplicadas para gerenciar suas finanças em períodos de variação nas taxas de juros. Veja alguns tópicos importantes para refletir:
- reavalie e ajuste seu orçamento pessoal a cada 3 ou 6 meses;
- considere negociar dívidas de longo prazo para obter melhores condições;
- diversifique seus investimentos para diminuir riscos dessas variações;
- mantenha uma boa reserva de emergência;
- evite, se possível, assumir novas dívidas para não cair em período de juros altos.
Taxa de juros e educação financeira
Entender a taxa de juros e sua influência é um passo fundamental para tomar decisões mais estratégicas no seu planejamento financeiro. Desde compras parceladas e uso de cartão de crédito até financiamentos e investimentos, a taxa de juros impacta diretamente o custo ou o rendimento do dinheiro ao longo do tempo.
Diferenciar os tipos de taxas, como nominal, real e efetiva, bem como saber calcular juros simples e compostos, é saudável para sua educação financeira e permite uma melhor gestão de dinheiro.
Além disso, compreender o papel da taxa básica de juros na economia e aplicar estratégias para lidar com suas variações ajudam a proteger e otimizar suas finanças em diferentes cenários econômicos.